Sonhos Platônicos

domingo, janeiro 28, 2007

Mãos de Tesoura...


Tenho medo que minhas mãos de tesoura machuquem o seu coração. Pensei em você o dia todo e continuo pensando agora, enquanto escrevo essas palavras. Ontem quando nos despedimos você me disse que pensaria em mim, e me pediu que eu pensasse em você. Eu lhe disse que não precisava pedir, que você estaria presente em todos os meus minutos simplesmente porque não sei não pensar em você. Você me disse adeus e foi embora. Eu fiquei lá, olhando você partir com um enorme sentimento de vazio na alma: Não queria te deixar fugir de mim.

Eu não fiz nada. Sentado, lá fiquei.

Às vezes me pergunto se você realmente sabe o quanto eu te amo. Será que sei demonstrar de maneira totalmente convincente o tamanho do que sinto por você? Eu acho que não e isso me desespera. Tenho medo que você não se sinta amada. Será possível? Cada vez mais me convenço que sim.

Deveria eu ter me levantado e corrido atrás de você, apenas para confirmar meus sentimentos, apenas pra te dizer mais uma vez que você é especial? Sinto-me um monstro sem sentimentos cujas mãos (garras?) oprimem e machucam as pessoas que amo. Tenho medo que minhas mãos de tesoura machuquem o seu coração.

Amanhã, quando nos vermos de novo, vou te abraçar forte, como nunca. Vou dizer-lhe as palavras que você quiser ouvir. Não quero mais essa vergonha que me impede de expressar aquilo que realmente sinto. Você me despertou de um coma profundo do qual, a muito, tentava me livrar. Quero mãos e dedos de verdade.



"Antes dele aparecer nunca havia nevado.

Depois que ele apareceu, nevou.

Acho que se ele não estivesse mais lá não haveria mais neve.

Às vezes me surpreendo dançando na neve..."