Sonhos Platônicos

domingo, janeiro 28, 2007

Seguindo...


Sigo,seguindo, sorrindo
por onde, pra onde?
não sei...
"the journey is the destination"
e na jornada sigo
seguindo
sorrindo
pra onde?
já disse...
E onde a visão
já não alcança o horizonte
Apenas a menina,
de mãos dadas com o menino
e o menino...segue
seguindo
sorrindo
pra onde?
...só sei que bem acompanhado
porque a jornada,
a jornada é o destino...

Mãos de Tesoura...


Tenho medo que minhas mãos de tesoura machuquem o seu coração. Pensei em você o dia todo e continuo pensando agora, enquanto escrevo essas palavras. Ontem quando nos despedimos você me disse que pensaria em mim, e me pediu que eu pensasse em você. Eu lhe disse que não precisava pedir, que você estaria presente em todos os meus minutos simplesmente porque não sei não pensar em você. Você me disse adeus e foi embora. Eu fiquei lá, olhando você partir com um enorme sentimento de vazio na alma: Não queria te deixar fugir de mim.

Eu não fiz nada. Sentado, lá fiquei.

Às vezes me pergunto se você realmente sabe o quanto eu te amo. Será que sei demonstrar de maneira totalmente convincente o tamanho do que sinto por você? Eu acho que não e isso me desespera. Tenho medo que você não se sinta amada. Será possível? Cada vez mais me convenço que sim.

Deveria eu ter me levantado e corrido atrás de você, apenas para confirmar meus sentimentos, apenas pra te dizer mais uma vez que você é especial? Sinto-me um monstro sem sentimentos cujas mãos (garras?) oprimem e machucam as pessoas que amo. Tenho medo que minhas mãos de tesoura machuquem o seu coração.

Amanhã, quando nos vermos de novo, vou te abraçar forte, como nunca. Vou dizer-lhe as palavras que você quiser ouvir. Não quero mais essa vergonha que me impede de expressar aquilo que realmente sinto. Você me despertou de um coma profundo do qual, a muito, tentava me livrar. Quero mãos e dedos de verdade.



"Antes dele aparecer nunca havia nevado.

Depois que ele apareceu, nevou.

Acho que se ele não estivesse mais lá não haveria mais neve.

Às vezes me surpreendo dançando na neve..."


sexta-feira, janeiro 26, 2007

Cordas


Ele tocava
Os acordes doces
Lá, si e assim
Docemente tocava:
Leve me leve
De leve revele.

Doces notas,
Pausas salgadas
Encantavam
E quase cantavam:
Me leve, me leve
Me toque de leve.

E ele tocava
O toque leve
Leve levava
E tocava.
Leve se ouvia
E de leve, si encantava.

Leve ele tocava,
Sempre tocava
De leve.
Tocadas diziam:
Que me leve!

Sol...


Gosto de tocar violão. Na verdade, primeiramente deveria dizer que gosto de música. Mas não é isso. Esse não é o ponto. Gostar de música é pra mim algo tão normal que não penso vida sem sete notas. Meu coração, acredito, bate num tom bem Jobim.

O violão. O violão é mais que música. A música sempre esteve presente em todos os meus momentos. Tenho com ela uma relação de profundo respeito. Sou ouvinte e, como tal, sou transformado por ela. Com o violão no entanto a coisa muda. Meus dedos passeiam por suas cordas e num instante as rédeas estão em minhas mãos. Sou criador. Tenho o remédio para qualquer mal ao alcance de um acorde. Um Sol talvez, brilhando forte na escuridão das minhas tristezas.

Mas, você me pergunta, porque escrevo isso?

Pra te dizer uma coisa:

Hoje acordei, olhei pro lado na cama e você não estava lá. Eu sei que você tem que viajar e não quero que deixe de ter sua vida por minha causa. Não é isso. É que ver o seu lugar vazio me causou um súbito aperto no coração. Em um segundo me senti o mais sozinho dos seres e desejei, talvez como nunca, um abraço seu. Precisava ver o azul do mar que são seus olhos.

Levantei-me. Fui até a sala e peguei o violão. Voltei para o quarto e sentei-me à beira da cama. Meus dedos criaram um Sol e você sorriu pra mim na praia, naquele dia quando nos vimos pela primeira vez. Si menor e minha mão toma a sua em nosso primeiro beijo. Ré e estamos na varanda de casa, contemplando as estrelas. Lá e você está cá, do meu lado, deitada em meu peito e dizendo que me ama. Boa noite.

A música terminou (Terminou? A música tem fim?) mas a sua lembrança permaneceu. Coloquei o violão de lado e voltei a dormir. Tranqüilo.

Nos meus sonhos você sorriu pra mim.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Carta


Sinto saudades do tempo em que você não sabia de mim, você era um segredo e eu também. Hoje antes de dormir lembrei de você, lembrei de nós, não das coisas que me davam esperanças, mas das coisas normais, das coisas de amigos, conhecidos, pessoas que se gostam. Antes eu perguntava pra você, antes eu queria descobrir você, mas com o tempo criei um medo dentro de mim, um medo que me impediu de perguntar, pois talvez a resposta fosse o que eu esperava ou contraditória. Alguns anos se passaram e eu pensei que você também ia passar, mas não foi o que aconteceu. Não sei se isso é bom ou ruim... De uma certa forma eu sempre quis ter amores incomuns, mas não um amor incomum. Dói escrever essas palavras, meus olhos quase materializam essa angustia, que apesar dos pesares convive comigo, a cada respiração. Muitas coisas foram pensadas e poucas se tornaram fato. Hoje eu sei que eu o amo com todas as forças e é um amor diferentemente igual. Eu quero o seu bem, mesmo que este não seja ao meu lado. Eu quero que você seja feliz que o seu sorriso cresça a cada dia e que a melancolia seja mínima e suficiente para enaltecer seus momentos de alegria. Como eu disse em algumas linhas atrás eu sempre quis ter, mas eu nunca tinha assumido isso ou melhor eu não acreditava que isso realmente poderia acontecer. Somos seres vivos e isso é óbvio, fazemos parte de um ciclo, de uma cadeia e temos habitos. Minha pergunta é se um desses hábitoas é o amor?. Não serei hipócrita e dizer que eu não tenho esperanças quanto a nós, de certo não foi você quem me deu, mas o meu amor, um imenso sentimento que não cabe em mim, sobra e faz com que eu o espere. Eu queria iventar uma história bem bonita a qual nós fossemos os personagens, assim sutilmente. Mas infelizmente eu não sou capaz. Primeiro porque banalizaria todos os nossos segundos. Pensei em escrever a verdadeira história, mas seria total incoerência minha se você também não fosse um dos autores.

Um par...


Ansiada por um par, ela sai sem rumo com esperanças de encontrá-lo.
A cada esquina tem a sensação de quem sabe cruzar com um par de olhos a fazer sentir um certo rebuliço no seu estômago. Caminha por ruas, avenidas e nada, dobra esquinas e o coração acelarado, um tanto cansado, deseja seguir em frente, acredita na possiblidade de cruzar com os olhos na próxima avenida. Percebe que isso não aconteceu, dá sinal para um ônibus que a levará para um lugar movimentado da cidade, com ruas largas e árvores no caminho. Pessoas saem do trabalho, algumas vão em rumo as suas casas, outras decidem parar em algum bar e papear com amigos e há ainda aquelas que somente caminham.
A jornada da moça continua.
Essa busca incessante começou após a ida a locadora com a finalidade de locar filmes para sua diversão, ao chegar lá deu de cara com uma senhorinha muito simpática e travaram uma gostosa conversa, a senhora curiosa com a espontaniedade da menina, o jeito de falar com as mãos e sua desinibição a deixou curiosa, perguntou de qual signo era. A menina responde que é do signo de libra e a senhora conclui, sim uma libriana, por isso o gosto pelas artes e essa forte maneira de se expressar, continuaram conversando. Risadas, perguntas foram feitas e respondidas. A moça descobre que aquela mulher além de trabalhar na locadora, é também astróloga, ela não era de acreditar em previsões, mapa astral e todas essas coisas vinculadas com os signos do zodíaco, mas achava interessante ouvir sobre, para comparar com ela, saber se casava com as sua personalidade, seu jeito de ser e seus anseios. Sabemos que todas as pessoas tem uma curiosidade em comum, saber sobre o coração, todos gostam de saber do estado civil dos seus próximos ou daqueles que acabaram de fazer amizade, com aquela mulher não fora diferente. A astróloga pergunta a menina como está o seu coração e ela diz sozinho, ou quem sabe apaixonado, mas como de regra continuava só, sem um par, sem aquele alguém que a gente espera encontrar no final de um dia cansativo para ganhar um carinho, um abraço, ser contemplada com o mais belo sorriso.
Ela anda só.
Então a senhora astróloga diz a jovem para não se preocupar, porque o seu signo nunca a deixará terminar a vida sozinha, disse que a libriana busca e necessita de alguém para dividir, multiplicar e somar as maravilhas e tristezas da vida... Só você não fica.
A moça não sabe se ri ou se chora, mas decide não ficar parada ali esperando algo acontecer, quer e vai a luta ou melhor a busca. No seu mundo de sonhos tudo é possível.
Ela, menina-mulher, garota sonhadora, pede através dos seus gestos delicado e outras vezes exagerado carinho e cuidado. Dá e esbanja sinceros sorrisos a todos que cruzam o seu caminho a espera de um dia quem sabe encontrar um par.

sábado, janeiro 20, 2007

Na minha terra do nunca...


Lá onde o verso vira prosa
e vice
e verso
onde os dias começam de noite
junto ao céu carregado de estrelas
onde saimos a caçar cúmplices de um nascer de sol
e o som do piano é a música ambiente
que dá o ritmo a embalar todas as belas histórias
lá tem pizza e pinga com coca-cola
e agente corre de mãos dadas na chuva
lá não existe relógio
e cada minuto uma longa e deliciosa hora
cheia de surpresas
permeada dos mais belos sentimentos
Lá, o lugar que encontrei pra chamar de meu
A minha terra do nunca...

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Luz de Estrelas...


Esperas a Lua nascer, subas a colina dos sonhos, acaricies a relva verdejante e deita-te. Cubra-te no véu da noite e feches os olhos. O que vês? O que sentes? Com quantas palavras se descreve um sentimento? Com que letras escreverias uma emoção? Pensas ser possível tal tarefa? Impossível talvez? Nada é impossível àqueles cujos pés seguem as veredas do coração. Aí, de repente, tu paras e perguntas: “Como?” Respostas tais, sinto em dizer, não tenho. Penso que talvez estejas agora a desacreditar-me. Peço não o faças. Deita-te de novo. Abras os olhos e mire as estrelas. O que vês? Leia-te a ti mesmo e descubras que da luz vieste. O grande segredo se desnuda à tua frente. Não tenhas medo de inquirir, de procurar. Sejas explorador do infinito. Estendas as mãos e tateies as estrelas, deixes que seu brilho ilumine teu entendimento. Nas estrelas leio Esperança. E tu, o que lês? Feches os olhos e percebas que na escuridão brilha agora, tímido, um pequeno ponto de luz. Voltes pra casa e em teu quarto, durmas tranqüilo. Amanhã, ao acordares, teu dia brilhará em intensa luz...

Luz de estrelas.

terça-feira, janeiro 16, 2007


O coração não bate mais
Apenas um músculo continua em movimento, em trabalho
O cérebro mais esse músculo colocam em funcionamento o corpo
Levam o ser para todos os lugares, sem deixar rastros
Sem deixar vestígios de sentimentos
Alias, esse sempre foi o seu fraco
Sentimentalismo
Deixava tanta coisa de lado para dar vida a essas coisinhas que damos o nome de sentimentos
Presenteava os mais próximos com os mais sinceros votos de carinho e admiração.
Agora é ela que necessita de atenção
Não sente mais nada, não sabe quem é
O coração, sempre citado em conversas
Hoje apenas bombeia seu sangue
Apenas faz correr pelas veias de seu corpo os nutrientes necessários para a sua sobrevivência.
Sobrevivência?
Talvez não seja isso o que ela deseja.
Provavelmente nem ela saiba...
O que passa é uma mistura de confusões, de pensamentos mal resolvidos dentro dela mesma.
A caixinha de música soa em lembranças infantis.
A memória cheia de acontecimentos bonitos a faz sorrir por segundos, ela tenta no meio delas encontrar algo que a faça entender o que se passa.
Fica somente na tentativa...
A vida segue, os dias passam
A rotina permanece, seu coração apenas bombeia o sangue

domingo, janeiro 07, 2007

To Write About Fear..

She came to me and said something I didn’t understand very well, I didn’t get it. I thought that she was trying to be as nice as she could, but it wasn’t that. She was exactly that way: The most amazing girl anyone could ever meet. Suddenly I came to wish that I was wrong, that the situation was wrong, that every word I heard and everything I saw, were a big joke and that she was lying to me, just like everyone else. The heart is never ready to receive true love, true care. There’s nothing more frightening than to realize that somebody truly loves you and cares about you. To see in the eyes of that person the bright feeling of care trying to dominate your soul, makes you seriously think if you are worth of it. She looked at me with those unforgettable eyes and said the words. Those I needed to hear.

My heart broke down with the satisfaction and my head, my body, my soul, were hers already. Love should never be confused by fear.

I guess we should only fear not to love.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Pra menina dos olhos


Faço chuva, faço sol
faço, desfaço, refaço
faço meus dias brincando
e brincando faço as horas
horas de saudade
dias de vontade
vontade
saudade
felicidade
feliz idade
feliz cidade
feliz...
lembrei!
Hoje fiz uma rima
teu sorriso
minha alegria...

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Egoísmo Criador...


Sozinho. De novo o mesmo substantivo. Adjetivo talvez? Não. Estar só é tornar-se único: Um ser Um. Quando o Ser é, substantivo se torna, ainda que Um. Das palavras que seguem, no papel em branco nasce o Ser. Dou a luz a um Ser novo, meu. Sua existência me pertence e sobre ela está sobreposta a minha vontade. O que desejo é, não depois, mas agora. Depois talvez? Antes, tanto faz. A decisão é inteiramente minha. Agora por exemplo, dos labirintos da minha mente, preencho o papel com símbolos. Letras latinas num português enrolado, cíclico, que carregam nos braços o filho que meus pensamentos, aprisionados em infinita cadeia neural, lutam pro trazer à vida. Quando? Agora mesmo, logo ali, naquela próxima frase. Nasce o Ser que, por ser singular, nos dois sentidos, é único. Desde já, momento de seu nascimento, condeno-o à solidão. Crueldade? Talvez. Não creio, no entanto. Na pele sofri a solidão das horas. Por que sofrer sozinho? Tantas vezes estive só, tantos dias, anos, que já não sei mais se o fato é tão ruim assim. Não me condenes. As pessoas subestimam a solidão. Sentes penas do Ser só? Perdes tempo. Ele é meu e, sendo assim, no estar só encontra o estar bem. Seus olhos de Lua brilham na neblina dos meus dias. De dentro do papel ele me mostra seu mundo. Agarra-me pelo coração, carrega-me em seus braços. O Criador nas mãos da Criatura. Como posso ter pena de um alguém tão cheio de vida? De verdade? Ele não precisa de ninguém. Tem a mim e eu a ele. Decido: O meu Ser sabe o caminho para a felicidade! Descubro de repente que o que o faz tão especial, é o desejo incondicional de traçar tal vereda por mim, indicá-la no papel com um marca texto cor de sol. Ele indica, mas não segue. Não o deixo. Antes que ao menos pense em dar o primeiro passo, a frase acaba, o texto termina. Ponto final. Daqui pra frente, sigo eu. Sozinho.